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segunda-feira, 11 de junho de 2012

Se os robôs fossem jornalistas

Os avanços das Tecnologias de Informação e da Inteligência Artificial já fazem com que o horizonte de robôs-jornalistas seja realidade. A empresa Narrative Science,  fundada por professores da Northwestern University, de Nova York, trabalha com um algoritmo capaz de usar dados e estatísticas e criar pequenas sentenças narrativas. O aparato foi criado por engenheiros a partir de um “dicionário de expressões” desenvolvido por jornalistas. Ela mantém um blog no site da revista Forbes. Até agora,  produzem principalmente para as editorias de esportes e economia. Ao cobrir um jogo de futebol, por exemplo, os robôs podem pesquisar uma quantidade absurda de números e gráficos e mesclar com expressões clichês do jornalismo esportivo, como “confusão na área” ou “gol de bola parada".



A imparcialidade pode ser um trunfo nas roborreportagens.  Com objetividade na apuração e no enquadramento da informação, os robôs seriam, ao menos, bons assistentes de jornalistas.  Enquanto os aparelhos- ainda- não são capazes de analisar os fatos e produzir textos mais opinativos, eles podem ser úteis em aspectos técnicos e fazer matérias factuais. Por outro lado, como são programados por humanos, os textos da  Narrative Science procuram seguir os padrões dos clientes contratados. A produção também leva em conta as preferências do público leitor. Na cobertura de esportes, por exemplo, há mais ênfase às boas jogadas do que aos erros cometidos pelos jogadores.

Apesar da onda de digitalização da mão-de-obra e dos meios de comunicação jornalísticos, há quem pense que a tendência não irá eliminar a presença humana no futuro. O jornalista americano Gay Talese afirmou, ao ministrar uma palestra no Teatro da PUC-SP, durante o 4º Congresso Internacional Cult de Jornalismo Cultural, que  "os jornais não vão morrer". "Se contar uma boa história, se for bem escrito, se prender atenção, o jornalismo vai durar para sempre. Os jornais não vão morrer. Há um mercado para a qualidade. Sempre haverá jornalismo de alta qualidade. Talvez seja bom que exista uma ameça, pois o jornalista é forçado a mudar. Meu recado é: não se preocupe, faça o seu melhor", diz. O americano tem uma opinião bastante tradicional sobre a apuração da notícia através de telefone e demais ferramentas tecnológicas. "O jornalismo é ir aos fatos, estar lá, ver você mesmo. Você não pode fazer reportagem pelo telefone, pelo Google. Tem que presenciar se quiser escrever alguma coisa", avalia.

Fontes:
http://www.gizmodo.com.br/por-que-devemos-nos-empolgar-com-a-invencao-de-robos-jornalistas/
http://idgnow.uol.com.br/blog/circuito/2012/05/02/simm-o-software-substituira-o-jornalista-mas-nao-sempre/
http://www1.folha.uol.com.br/colunas/evgenymorozov/1062594-os-robos-vao-substituir-os-jornalistas.shtml
http://portalimprensa.uol.com.br/noticias/internacional/50280/os+jornais+nao+vao+morrer+diz+gay+talese

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