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segunda-feira, 25 de junho de 2012

Jornais baianos e a edição digital

Salvador tem em circulação três grandes jornais: A Tarde, Correio* e Tribuna da Bahia. Desses, apenas os dois primeiros oferecem a opção de ler o jornal em uma versão digital. A Tribuna da Bahia apenas oferece a primeira página.

O Correio*, em seu site, oferece gratuitamente a edição do dia, toda ela colorida e igual à impressa. Por ter uma diagramação mais clean e inovadora, sua leitura online é simples e não apresenta maiores dificuldades que não o mecanismo de zoom, nem sempre muito eficiente. Edições passadas, entretanto, requerem assinatura do jornal impresso. O plano anual custa R$ 252, uma média de 69 centavos por dia.

Primeira página da edição digital do Correio*
O portal A Tarde Online, por sua vez, oferece a edição digital apenas para assinantes. A edição se apresenta tal qual a impressa: possui páginas coloridas e páginas em preto e branco. Essa medida pouco justifica-se, uma vez que não há qualquer custo a mais em apresentar na internet páginas coloridas. O que se observa é que uma vez diagramado, o boneco do jornal vai diretamente para o site, sem que sejam feitas mudanças que tornariam sua leitura mais prazerosa. Seu visualizador também é menos interessante e visualmente prazeroso que o do Correio*. Apenas da versão online custa R$298,80, enquanto a assinatura da versão impressa, que também dá direito à digital, custa R$ 526,80.

Nenhum dos dois jornais, entretanto, oferece recursos de interatividade além de som ao mudar de páginas e a opção de se encaminhar para uma página específica.

Primeira página da versão digital do A Tarde 

segunda-feira, 11 de junho de 2012

Se os robôs fossem jornalistas

Os avanços das Tecnologias de Informação e da Inteligência Artificial já fazem com que o horizonte de robôs-jornalistas seja realidade. A empresa Narrative Science,  fundada por professores da Northwestern University, de Nova York, trabalha com um algoritmo capaz de usar dados e estatísticas e criar pequenas sentenças narrativas. O aparato foi criado por engenheiros a partir de um “dicionário de expressões” desenvolvido por jornalistas. Ela mantém um blog no site da revista Forbes. Até agora,  produzem principalmente para as editorias de esportes e economia. Ao cobrir um jogo de futebol, por exemplo, os robôs podem pesquisar uma quantidade absurda de números e gráficos e mesclar com expressões clichês do jornalismo esportivo, como “confusão na área” ou “gol de bola parada".



A imparcialidade pode ser um trunfo nas roborreportagens.  Com objetividade na apuração e no enquadramento da informação, os robôs seriam, ao menos, bons assistentes de jornalistas.  Enquanto os aparelhos- ainda- não são capazes de analisar os fatos e produzir textos mais opinativos, eles podem ser úteis em aspectos técnicos e fazer matérias factuais. Por outro lado, como são programados por humanos, os textos da  Narrative Science procuram seguir os padrões dos clientes contratados. A produção também leva em conta as preferências do público leitor. Na cobertura de esportes, por exemplo, há mais ênfase às boas jogadas do que aos erros cometidos pelos jogadores.

Apesar da onda de digitalização da mão-de-obra e dos meios de comunicação jornalísticos, há quem pense que a tendência não irá eliminar a presença humana no futuro. O jornalista americano Gay Talese afirmou, ao ministrar uma palestra no Teatro da PUC-SP, durante o 4º Congresso Internacional Cult de Jornalismo Cultural, que  "os jornais não vão morrer". "Se contar uma boa história, se for bem escrito, se prender atenção, o jornalismo vai durar para sempre. Os jornais não vão morrer. Há um mercado para a qualidade. Sempre haverá jornalismo de alta qualidade. Talvez seja bom que exista uma ameça, pois o jornalista é forçado a mudar. Meu recado é: não se preocupe, faça o seu melhor", diz. O americano tem uma opinião bastante tradicional sobre a apuração da notícia através de telefone e demais ferramentas tecnológicas. "O jornalismo é ir aos fatos, estar lá, ver você mesmo. Você não pode fazer reportagem pelo telefone, pelo Google. Tem que presenciar se quiser escrever alguma coisa", avalia.

Fontes:
http://www.gizmodo.com.br/por-que-devemos-nos-empolgar-com-a-invencao-de-robos-jornalistas/
http://idgnow.uol.com.br/blog/circuito/2012/05/02/simm-o-software-substituira-o-jornalista-mas-nao-sempre/
http://www1.folha.uol.com.br/colunas/evgenymorozov/1062594-os-robos-vao-substituir-os-jornalistas.shtml
http://portalimprensa.uol.com.br/noticias/internacional/50280/os+jornais+nao+vao+morrer+diz+gay+talese

segunda-feira, 4 de junho de 2012

Aplicativos já substituem o papel das bancas de revista e das livrarias



Hoje já existem aplicativos que substituem o papel do jornaleiro. Um deles se chama "O Jornaleiro", criado pela Gol Mobile. Está em sua versão 1.3 e serve de banca de revista digital para Ipad e Iphone.

"Se você ama revistas e jornais, então O Jornaleiro é o seu aplicativo favorito . Simples, eficiente e com downloads rápidos. Sem navegação confusa, intuitivo. Aqui você encontra as mais importantes publicações do Brasil. Diariamente, novas revistas e jornais. Aproveite as dezenas de exemplares gratuitos para degustação. Revistas baixadas, podem ser lidas sem conexão com a internet. O velho e bom jeito de ler, agora mais barato e prático. A sua banca de revistas e jornais na sua mão, quando você quiser" (Descrição do produto. Site daGol Mobile)

A empresa age no mercado em parceria com as grandes editoras de livros, revistas e jornais. Além de disponibilizar a biblioteca de periódicos, a Gol Mobile produziu um aplicativo para livros, chamado de "A Livraria".

"Livraria para iPad. Se você ama livros, então A Livraria é o seu aplicativo favorito. Lançamentos, best sellers, clássicos e muito mais" (Descrição do produto.Site da Gol Mobil)
 
Funciona como "O Jornaleiro", além de organizar as publicações digitais como uma biblioteca, serve como local para efetuar a compra de novos produtos. 

Se o artigo anterior, O impacto sociológico do possível fimdos impressos, teria teses mirabolantes, tais argumentos contidos no texto, aos poucos, começam ser legitimados.

quinta-feira, 31 de maio de 2012

O impacto sociológico do possível fim dos impressos



Por Victor Pinto

Se o papel impresso for substituído integralmente pelo digital, seu fim acarretará uma crise sociológica na comunidade do globo terrestre. De fato, pode parecer uma afirmativa apocalíptica, mas que, se analisada de forma sensata, vê-se como uma teoria previsível. Ainda que o impresso seja extinto e seu formato só sobreviva na internet, o fluxo de desemprego, com certeza, aumentará.

O conceito é simples. Desde quando os egípcios inventaram o papiro e no tempo do apogeu da prensa de Gutenberg, o impresso representou avanços no modo de vida da população. Com a união da escrita e da impressão de letras, números, fórmulas em um pedaço de folha, as pessoas puderam avançar em seu desenvolvimento tecnológico, tal como a roda foi para os seres pré-históricos.

Com o papel impresso, a sociedade pode escrever e guardar informações importantes de sua cultura, da sua história e do seu desenvolvimento, o que antes era feito oralmente.  O poder de registro foi impulsionado. Aos poucos, surgem livros, jornais, revistas, fanzines, cartazes, panfletos e todo um aparato material, que antes, há muito tempo, eram reduzidas a rolos ou escritas em pedras e paredes.

Chaves jornaleiro:


Já no mundo moderno, o impresso revelou profissionais grandiosos, além de ampliar capacitação no meio. No seu advento jornalístico, os jornais circulavam a todo vapor sob a geração de desenvolvimento informativo e econômico nas cidades. Gráficas surgiam e empregavam novos funcionários para seu setor industrial, as bancas de revistas aparecem como um ponto de apoio para a venda do material, mesmo com a permanência dos vendedores autônomos.

A valorização empregatícia do repórter também foi um marco. Capas e matérias emocionaram e tornaram inesquecíveis graças ao bom desempenho do profissional de jornalismo. As empresas de comunicação tinham motoristas, entregadores, vendedores de porta em porta...  As redações eram compostas por inúmeros funcionários.

Com a ausência do impresso, perderemos as bancas de revistas e livrarias físicas que sobrevivem, em sua maioria, das vendas dos produtos feitos em papel. Esses lugares que exercem um meio de relação sociológica da sociedade.

Livraria, ponto de encontro

Quantas pessoas não devem ter se conhecido nesse locais, ao efetuar a compra de uma revista, trocando ideia de uma capa de um jornal ou até mesmo comentando sobre um livro? Famílias podem ter surgido? Vínculos de amizade? Ou o simples fato de uma pessoa solitária conhecer alguém ali, mesmo que não mais a reencontre mais, só por ter conversado, já mudou algo no seu dia? São questões que soam mirabolantes, mas de possíveis impactos.

Com a sofisticação do digital, não precisaríamos mais sair de casa e ir nestes lugares físicos, pois tudo será virtual. Haverá distanciamento do real.  Basta ir ao site, pagar e fazer o download. Tudo a distância. As pessoas não caminhariam mais com o jornal debaixo do braço ou aproveitariam a viagem de ônibus para ler a tão aguardada revista do mês; pois tudo ficará nos circuitos do desktop, notebook, celular e de um tablet.

No livro Cibercultura, Pierre Lévy diz que “o virtual não ‘substitui’ o ‘real’, ele multiplica as oportunidades para atualizá-lo”. Se o impresso acabar, não terá esta multiplicação, mas, de fato, sua substituição. Esse conceito de Lévy pode se encaixar em outros aspectos. O fim pode ser o início de um novo começo. O jogo de visão e tato do impresso, o fetichismo pelo papel ainda prevalecerá por muito tempo.  Mas as suposições pairam em nossas cabeças...


Referência:
LÉVY, Pierre. Cibercultura.  São Paulo: Ed. 34, 1999. (Coleção TRANS).  P.88.

quarta-feira, 2 de maio de 2012

Como potencializar um tablet como uma máquina de escrever? - O relato de um jornalista


Não estamos falando em transformar o mais novo queridinho eletrônico no ícone do passado, mas quais são as formas de facilitar o uso dessa ferramenta para além da leitura e interação touch? Vamos além: como inserir o tablet no dia-a-dia produtivo de um profissional da informação?  À primeira vista, o equipamento leve e dinâmico, revela-se limitado quando se trata da escrita. A limitação da tela gera desconforto, já que estamos acostumados ao espaço e a própria estrutura ergonômica do teclado. Vamos conhecer o caso de alguém que conseguiu, com a ajuda de outros equipamentos, utilizar o tablet como principal ferramenta de trabalho.

Em relato no blog em que escreve, Harry McCracken, repórter da Time e blogueiro do Technologizer, conta como o iPad 2 se tornou seu “computador favorito”. Segundo ele, a transição não foi intencional, quando ele se deu conta, já utilizava o aparelho da Apple como seu item primário de computação.Tudo começou quando o blogueiro estava em uma cobertura de um evento de tecnologia na Alemanha.

Com o Macbook Air e o iPad na mala, McCracken preferiu a segunda opção, por conta da bateria, que suporta até 10h sem recarga.  A partir daí, ele começou a adotar o tablet ao invés do notebook. No relato, ele destaca outro ponto que considera favorável ao Ipad. O aparelho diminui as distrações, ao passo que somente a tarefa em andamento fica visível.

iPad 2 e ZaggFolio. Foto:   Arquivo Pessoal/Harry McCracken   

“With the iPad, all that goes away. You can devote nearly every second of your time to the task at hand, rather than babysitting a balky computer. I don’t feel like I’m ‘using an iPad to write’. I’m just writing. It’s a far more tranquil, focused experience than using a PC or Mac” (Com o iPad, tudo isso [distração] vai embora. Você pode dedicar quase cada segundo do seu tempo para a tarefa em mãos, ao invés de 'tomar conta' de um computador teimoso. Eu não sinto que estou ‘usando um iPad para escrever’. Eu só estou escrevendo. É uma experiência muito mais tranquila, focada do que usar um PC ou Mac) 

Apesar de tudo, ele não se diz completamente adaptado ao tablet. Ele destaca alguns dos desafios à sua produtividade: o que ele fazia com o Photoshop no Mac, por exemplo, exige passos realizados em vários aplicativos diferentes. A precisão do ponteiro do mouse ou a variedade de fontes também não são a mesma coisa para ele quando o assunto é edição de imagem. Já como solução do problema do desconforto para escrever, o jornalista usa um estojo da marca Zagg para iPad com teclado Logitech integrado.

Even with the added bulk of a Zagg keyboard, the iPad is the smoothest, least cumbersome mobile computing device I’ve ever used, and I rarely leave the house without it. (Mesmo com o volume adicional de um teclado Zagg, o Ipad é o mais suave e menos complexo dispositivo de computação móvel que já usei, e eu raramente saio de casa sem ele)

domingo, 8 de abril de 2012

Jornalismo-cidadão chega ao mobile

Grandes grupos midiáticos começam a ficar atentos a possibilidade de jornalismo participativo através de dispositivos móveis. Os ingleses  Chorley Guardian e Leyland Guardian, a TV americana CNN, a paulista EPTV e o baiano A Tarde são exemplos de algumas empresas que oferecem o canal com o usuário. No caso inglês, os jornais do grupo Johnston Publishing, lançaram um aplicativo para iPhone para receber conteúdo, seja texto ou imagem, diretamente para a redação.

A EPTV, filiada da Rede Globo que cobre parte do interior do estado de São Paulo e do sul de Minas Gerais,lançou o aplicativo para iPhone ou do iPad EPNotícia. Na seção VC é a Notícia, o usuário pode utilizar a própria câmera do iPhone ou do iPad 2 para fazer registros e enviá-los para a equipe de jornalismo.

"O serviço VC é a Notícia já existe no website da EPTV, mas quando ele é integrado a um smartphone ou tablet, por meio de um aplicativo, o público ganha um instrumento de uso fácil e manuseio ágil para colaborar com informações relevantes, de interesse público, participando diretamente do processo informativo. Isso aproxima ainda mais o cidadão do veículo de comunicação, e os resultados podem ser positivos na sociedade", explica Christian Marra, diretor da Nethics, empresa responsável pelo desenvolvimento do aplicativo, ao site Jornalistas da Web.

Batizada de iReport, o canal interativo do aplicativo da CNN para iPhone permite que os usuários façam upload de fotos, vídeos e notícias para a rede de TV. O acesso ao conteúdo do CNN.com e a contribuição, no entanto, tem um custo: US$ 1,99, na App Store.



Na Bahia, o Mobi A Tarde, canal para dispositivos móveis do grupo A Tarde, disponível apenas para assinantes, oferece a seção Cidadão Repórter, já presente no A Tarde Online. Nada de fotos e vídeos, a seção só permite envio de texto para colaboração de pautas.

domingo, 1 de abril de 2012

Capas digitais e edições de domingo

O vídeo abaixo foi feito para simular a capa de uma revista digital de verdade - e, portanto, interativa. Afinal, se a plataforma de um tabblet ou computador permite videos, imagens, links e tantas formas de interação, por que não se valer delas?



 Associando material ao texto publicado, a reportagem passa a se tornar não só mais visualmente interessante como muito mais rica em termos de conteúdo. Não seria possível, por exemplo, atrair mais leitores? Se tanto se diz que as gerações mais jovens lêem pouco porque estão tão acostumadas a estímulos visuais, tornar o bom e velho texto mais interativo se configuraria numa estratégia interessante para atrair esse público.

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A coluna de Elio Gaspari na Folha na semana passada trouxe dados de um estudo que prevê que, em cinco anos, muitos jornais só circularão em papel nas suas edições de domingo. O Times, por exemplo, apresentou alta no número de assinaturas dominicais.

Por ser um dia reservado ao descanso, à interação com a família, o consumo dos jornais em papel nos domingos é quase uma tradição. Há inúmeras famílias que optam por, durante a semana, se pôr a par das notícias por meios eletrônicos. A versão de domingo, entretanto, costuma ser maior e repleta de conteúdos diversificados, feitos especialmente para atrair esse público. Em geral, temas como moda, entretenimento, gastronomia e variedades ganham destaque. O jornal torna-se menos factual e preza por aanálises,artigos e crônicas.

A má notícia trazida por Elio, porém, preocupa. A cada 10 dólares perdidos em publicidade nas edições de papel, apenas 1 é captado para as edições digitais. Isso mostra o quanto ainda é preciso avançar para garantir o sustento e a qualidade das versões online e o mundo de possibilidades digitais que a publicidade ainda não se atreve a explorar.

domingo, 25 de março de 2012

O que é ISSUU?



Nesta revolução do papel digitalizado, já exposto nos textos anteriores, à demanda na rede de programas e sistemas que servem de plataforma para a disponibilização do material é diverso. Dentro deste universo, além da existência de aplicativos pagos, mais rebuscados, utilizado principalmente pelos grandes jornais impressos para seu sistema de assinaturas on-line, existem plataformas gratuitas que servem de depósito virtual.

Uma destas empresas na internet que servem de biblioteca de acervo do papel digital de revistas, jornais, folders, cartazes, cartilhas é o ISSUU. O site é em inglês, mas é de fácil manuseio e existem publicações de todas as partes do mundo. A plataforma é apoiada pela Sunstone Capital e seus escritórios ficam em Nova York e Copenhague. Os arquivos, na plataforma, têm suas privações: além de só comportar formatos DOC, PDF, ODT e apresentações de PowerPoint, podem ter um limite de até 500 páginas e um tamanho de 100MB. Entretanto, um usuário, que precisa se cadastrar para postar documentos, podem enviar a quantidade de arquivos que quiser.

"O Issuu, serviço de publicação de livros e revistas na internet, tem como principal vantagem a sua interface, que se aproxima do estilo de folhear uma revista. As páginas são abertas em par, mantendo também, em muitos casos, os objetivos de design do criador do conteúdo. Além disso, ao passar o mouse na parte inferior das páginas, é possível visualizar pequenas amostras das folhas anteriores e das próximas, o que agiliza a localização visual do conteúdo. Outro ponto forte está na organização dos livros e revistas adquiridos pelo usuário, que são mostrados em estantes, com um visual bastante estiloso". (COSTA, Eric. INFO Exame)

# Como publicar no ISSUU?



Segundo o texto institucional do site, a sua missão é:

"Capacitar os indivíduos, empresas e instituições para publicar os seus documentos em todas as plataformas digitais. Issuu é a plataforma de publicação de crescimento mais rápido digital do mundo, mas também um local de destino muito popular onde as pessoas estão se envolvendo com as melhores publicações da web e onde os editores constroem a sua visibilidade. Muitos profissionais optam por Issuu Pro com potência de publicação adicional". (About ISSUU)

O sistema ISSUU oferece o upload de arquivos e acesso gratuitos, mas existem recursos pagos que oferecem mais aplicativos e serviços que o sistema de graça. As plataformas do papel digital são, basicamente, os programas “impalpáveis” (software) que com qualquer tentativa de agarrá-los com as mãos fracassa (FLUSSER, Vilém: 2007). O ISSUU é um software que contribui com os conceitos de Flusser a respeito da virtualização dos objetos e o desenvolvimento das não-coisas. A substituição do livro, o impresso fetiche para as páginas digitais em rede que neste caso temo enfoque nos periódicos (jornais, revistas e catálogos). Além da disponibilização via browser dos computadores e notebooks, há também para smartphones e IPhone.

Issuu Mobile for iPhone and iPod Touch from Issuu.com on Vimeo.


No campo jornalístico, o ISSUU serve, inclusive, para a propagação de trabalhos com formatos de impressos, mas que não vão às gráficas. Podem facilitar a construção de um jornal ou uma revista que circulam somente no meio on-line.

Como exemplo, a faculdade de Comunicação da Universidade Federal da Bahia é uma instituição de ensino jornalístico que utiliza constantemente os serviços de visualização do ISSUU. Utilizamos os trabalhos da FACOM como exemplo de demonstração das publicações.

FACOM NEWS – 2010.2

JORNAL DA FACOM – 2011.2

REVISTA LUPA – Edição 7

Referências:
ABOUT ISSUU. Disponível em: < http://issuu.com/about > Acesso em: 25 de mar. de 2012
COSTA, Eric. Avaliação INFO. Disponível em:
< http://www.info.abril.com.br/downloads/webware/issuu > Acesso em: 25 de mar. de 2012
FLUSSER, Vilém. O mundo codificado: por uma filosofia da comunicação. São Paul: Cosac Naif, 2007.
Vídeos: You Tube

quarta-feira, 21 de março de 2012

Banca virtual da Abril libera downloads gratuitos

Divulgação
A Editora Abril lançou recentemente o iba, – assim mesmo, em minúscula- uma espécie de banca virtual exclusiva.  “Compre, baixe e leia”, resume o slogan da marca. Para entrar no mercado, a editora abriu mão logo do primeiro verbo e deu o pontapé inicial com uma das coisas que os usuários da rede digital mais gostam: gratuidade. O leitor que quiser experimentar o novo sistema pode baixar até cinco revistas, 10 livros e um jornal dentre as opções que estarão disponíveis no momento de inscrição sem pagar nada. Tudo durante o período de pouco mais de um mês, até 16 de abril. 

Além de estar cadastrado no site, o usuário deve baixar o aplicativo do iba no seu computador, tablet Android ou Ipad. Dentre as opções de escolha de revistas e jornais, a editora não fez uma seleção mesquinha e colocou à disposição produtos de grande circulação como a Veja e O Estado de S. Paulo. As opções de livros, no entanto, são escassas. O leitor pode escolher entre 10 publicações para baixar, todos clássicos da literatura sem valor competitivo no mercado, facilmente encontrados em edições de bolso por baixo preço. Aposta pequena para quem pretende vender cerca de 6 mil títulos de livros, com170 parceiras entre outras editoras. 

Reprodução


No site Reclame Aqui, um usuário reclama da disponibilidade do serviço promocional. “Fiz todos os passos indicados pelo site e não consegui baixar nada. Quando tentei entrar novamente eles informam que já participo da promoção. Mandei email descrevendo o ocorrido e eles responderam que seguisse o que o site indicava. Ora, isso eu já tinha feito. Simplesmente eles não disponibilizam o que prometem”, critica. Em resposta à manifestação, o Serviço de Atendimento ao Cliente da editora respondeu  que já entrou em contato telefônico com a autora da reclamação. 

Ainda assim, o iba, que funcionava há um ano apenas em caráter experimental, já é a maior loja do ramo no Brasil. No site da banca virtual, o usuário encontra vídeos didáticos de como usar o aplicativo.  Segundo a editora, o sistema seria uma alternativa para burlar a taxa cobrada pela Apple no mercado. O nome iba, aliás, faz uma referência sutil ao logo da Abril, a árvore, traduzido em tupi-guarani.

*O Papel Digital fez um cadastro de teste e, após ter baixado o aplicativo, não foi possível concluir o processo de instalação no meu computador. Se tiver interesse de fazer download, comente se conseguiu ou não.  

domingo, 18 de março de 2012

Do papel para o digital


Com o advento da internet, o jeito de fazer jornalismo escrito se modificou, assim como o modo de distribuição das notícias. Comprar jornal ou revista na banca não é mais uma rotina comum, principalmente entre os conectados na internet. Os periódicos agora disponibilizam através de suportes em seus portais as páginas digitalizadas das edições impressas.

O processo de sair de casa, ir para uma banca, comprar um jornal ou uma revista, folhear suas páginas, sentir o cheiro ou sujar as mãos de tinta foi substituído pelos cliques no mouse. A imprensa não lucra só com as vendas das publicações no papel, mas também com seus acervos na web ou no papel digital e o acesso às informações. Antes o contato era limitado às tiragens impressas pelas rotatórias e todos os percalços para chegar às mãos dos leitores com o transporte dos periódicos, mas agora se amplia pelas visualizações expandidas numa rede mundial de computadores e tablets.

A tendência do papel digital chegou a todo mundo com o advento da internet e do amadurecimento da utilização dos portais jornalísticos, principalmente os vinculados a jornais e revistas. As gráficas, em alguns casos, deram lugar as empresas e profissionais especializados na criação de softwares que servem de plataforma para que o papel diagramado fosse disponibilizado como acervo virtual. Esta tecnologia é chamada de PageFlip desenvolvida na linguagem de Flash ou HTML5.


O FlippingBook e Turnpage, por exemplo, são empresas que vendem o software. Também existem repositórios gratuitos e públicos na internet para a veiculação dos periódicos, mas só servem para aqueles que não visam retirar lucro com o acesso privado ao conteúdo do material diagramado. Abordaremos estas plataformas gratuitas e pagas e os jornais que trocam os papeis impressos pelos digitais nas próximas postagens.

sexta-feira, 16 de março de 2012

A Britânica também se rende

 A Enciclopédia Britannica anunciou nessa terça-feira, 13, que não mais publicará sua versão impressa. Todas as edições a partir de agora estarão disponíveis apenas em meio digital. Seu primeiro exemplar foi publicado em 1768, na Escócia.
 Ao jornal New York Times, o atual presidente da companhia afirmou que a decisão foi difícil, mas necessária diante dos novos tempos.
"É como um rito de iniciação nesta nova era. Muitos se sentirão tristes e nostálgicos por isso, mas agora temos uma ferramenta melhor. O site está constantemente atualizado, é muito mais extenso e tem conteúdos multimídia"
 Por muito tempo, as enciclopédias foram uma representação de todo o conhecimento existente no mundo. Nos anos 50 do último século, ter uma edição completa da Britannica era sinal se status. Muitas famílias de classe média faziam um esforço para que a compra coubesse no orçamento e orgulhosamente organizavam os diversos volumes na estante da sala.
 Sem o Google, não havia outra maneira de fazer pesquisas ou trabalhos escolares. Era preciso abrir os pesados livros e procurar por informação nos verbetes. Embora soe um pouco estranho para as gerações atuais, as enciclopédias em geral - e precisamente a Britannica - eram um símbolo de conhecimento e intelectualidade. Em sua coluna na Folha, o jornalista Clóvis Rossi relata um pouco dessa história.
 "Eu não li toda a Britânica, mas sou de um tempo em que ela realmente era um símbolo poderoso de conhecimento ou, mais precisamente, de busca de conhecimento. Na minha adolescência, era meio que obrigatório para as famílias de classe média-média, como a minha, comprarem todos os volumes (hoje, são 32), vendidos de porta em porta."
 Hoje, a Britannica é praticamente um artigo de luxo. Uma edição completa custa cerca US$1.400. Uma assinatura anual online, entretanto, custa meros US$70.
 Em coluna na Folha,  o criador do site Porto Digita e cientista do C.E.S.A.R, disse que a decisão é um marco para a indústria analógica de texto e necessária para a Britannica.
"Seu principal e muito mais usado concorrente, a Wikipedia, nunca teve uma versão em papel e é atualizada na velocidade das ocorrências e descobertas. O tempo, na rede, é diferente -e muito mais rápido- do que no papel."

 O novo contexto da Britannica repercutiu entre os jornalistas e na tão velha discussão sobre o fim do jornalismo impresso. Se até a mais famosa enciclopédia do mundo, com 244 anos de história, se rende à versão digital, o que será dos jornais e revistas?
 Na abertura do curso de jornalismo do El País, na Espanha, a jornalista Soledad Galego-Díaz afirma que a discussão tem que ser muito mais abrangente que o simples fim do papel.
"O problema não é se segue existindo jornal em papel ou em tablets. O problema é o que é o jornalismo nessa nova época, como é afetado por essas novas ferramentas e se estas podem deteriorar ou romper as regras básicas da nossa profissão. Para mim tanto faz o papel ou o tablet. O que faz diferença é se continuará existindo jornalismo."


Links sugeridos:

segunda-feira, 12 de março de 2012

Papel Digital 1.0


As imagens de uma criança que “confunde” um Ipad com uma revista poderiam ter saído da mente de um publicitário inventivo e, possivelmente, ilustrariam uma propaganda de sucesso para os fãs das inovações tecnológicas. Gravado pelos pais de um bebê de um ano, o vídeo –até que se prove o contrário, real e sem manipulações- correu o mundo como um viral e surpreendeu até mesmo os mais novos e conectados com as mudanças constantes do universo digital.

Antes de pensar em revolução tecnológica e extinção do papel, é preciso ao menos admitir o surgimento de uma nova forma de leitura. Em O mundo codificado: por uma filosofia do design e da comunicação, o filósofo theco Vilém Flusser aponta o surgimento dos aparelhos eletrônicos e a inauguração de uma fase na qual o homem cria “não-coisas”, ou seja, informações imateriais, como imagens da  televisão e dados armazenados em computadores. 

“Esse é um belo caldeirão de bruxas: cozinhamos mundos com as formas que quisermos e o fazemos ao menos tão bem como o fez o Criador no decorrer dos famosos seis dias” (FLUSSER, 2007, p.79). Novo mundo em que pode ser comum uma criança de um ano com hábitos já virtualizados. Sem ao menos saber o que é uma revista ou um Ipad, as suas funções motoras e cognitivas reagem espontaneamente. 

Com o objetivo de lançar um olhar curioso sobre a “desmaterialização” do suporte mais usual da comunicação, o blog Papel Digital irá abordar as novidades e desafios das publicações jornalísticas impressas que também adotaram o suporte virtual. As versões digitalizadas dos jornais e revistas da Bahia, do Brasil e do mundo serão o foco das postagens do site, sempre publicadas às segundas, quartas e sextas-feiras. Além das recentes notícias sobre e-readers, tablets e iPads, também serão aprofundadas as novas relações que as técnicas propõem com os sujeitos que manuseiam. 

O site é um produto da disciplina Comunicação e Tecnologia, ministrada pelo PhD em sociologia e professor da Universidade Federal da Bahia, André Lemos, e escrito a três mãos pelos alunos Flávia Faria, Victor Pinto e Juliana Almirante