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segunda-feira, 25 de junho de 2012

Jornais baianos e a edição digital

Salvador tem em circulação três grandes jornais: A Tarde, Correio* e Tribuna da Bahia. Desses, apenas os dois primeiros oferecem a opção de ler o jornal em uma versão digital. A Tribuna da Bahia apenas oferece a primeira página.

O Correio*, em seu site, oferece gratuitamente a edição do dia, toda ela colorida e igual à impressa. Por ter uma diagramação mais clean e inovadora, sua leitura online é simples e não apresenta maiores dificuldades que não o mecanismo de zoom, nem sempre muito eficiente. Edições passadas, entretanto, requerem assinatura do jornal impresso. O plano anual custa R$ 252, uma média de 69 centavos por dia.

Primeira página da edição digital do Correio*
O portal A Tarde Online, por sua vez, oferece a edição digital apenas para assinantes. A edição se apresenta tal qual a impressa: possui páginas coloridas e páginas em preto e branco. Essa medida pouco justifica-se, uma vez que não há qualquer custo a mais em apresentar na internet páginas coloridas. O que se observa é que uma vez diagramado, o boneco do jornal vai diretamente para o site, sem que sejam feitas mudanças que tornariam sua leitura mais prazerosa. Seu visualizador também é menos interessante e visualmente prazeroso que o do Correio*. Apenas da versão online custa R$298,80, enquanto a assinatura da versão impressa, que também dá direito à digital, custa R$ 526,80.

Nenhum dos dois jornais, entretanto, oferece recursos de interatividade além de som ao mudar de páginas e a opção de se encaminhar para uma página específica.

Primeira página da versão digital do A Tarde 

segunda-feira, 11 de junho de 2012

Se os robôs fossem jornalistas

Os avanços das Tecnologias de Informação e da Inteligência Artificial já fazem com que o horizonte de robôs-jornalistas seja realidade. A empresa Narrative Science,  fundada por professores da Northwestern University, de Nova York, trabalha com um algoritmo capaz de usar dados e estatísticas e criar pequenas sentenças narrativas. O aparato foi criado por engenheiros a partir de um “dicionário de expressões” desenvolvido por jornalistas. Ela mantém um blog no site da revista Forbes. Até agora,  produzem principalmente para as editorias de esportes e economia. Ao cobrir um jogo de futebol, por exemplo, os robôs podem pesquisar uma quantidade absurda de números e gráficos e mesclar com expressões clichês do jornalismo esportivo, como “confusão na área” ou “gol de bola parada".



A imparcialidade pode ser um trunfo nas roborreportagens.  Com objetividade na apuração e no enquadramento da informação, os robôs seriam, ao menos, bons assistentes de jornalistas.  Enquanto os aparelhos- ainda- não são capazes de analisar os fatos e produzir textos mais opinativos, eles podem ser úteis em aspectos técnicos e fazer matérias factuais. Por outro lado, como são programados por humanos, os textos da  Narrative Science procuram seguir os padrões dos clientes contratados. A produção também leva em conta as preferências do público leitor. Na cobertura de esportes, por exemplo, há mais ênfase às boas jogadas do que aos erros cometidos pelos jogadores.

Apesar da onda de digitalização da mão-de-obra e dos meios de comunicação jornalísticos, há quem pense que a tendência não irá eliminar a presença humana no futuro. O jornalista americano Gay Talese afirmou, ao ministrar uma palestra no Teatro da PUC-SP, durante o 4º Congresso Internacional Cult de Jornalismo Cultural, que  "os jornais não vão morrer". "Se contar uma boa história, se for bem escrito, se prender atenção, o jornalismo vai durar para sempre. Os jornais não vão morrer. Há um mercado para a qualidade. Sempre haverá jornalismo de alta qualidade. Talvez seja bom que exista uma ameça, pois o jornalista é forçado a mudar. Meu recado é: não se preocupe, faça o seu melhor", diz. O americano tem uma opinião bastante tradicional sobre a apuração da notícia através de telefone e demais ferramentas tecnológicas. "O jornalismo é ir aos fatos, estar lá, ver você mesmo. Você não pode fazer reportagem pelo telefone, pelo Google. Tem que presenciar se quiser escrever alguma coisa", avalia.

Fontes:
http://www.gizmodo.com.br/por-que-devemos-nos-empolgar-com-a-invencao-de-robos-jornalistas/
http://idgnow.uol.com.br/blog/circuito/2012/05/02/simm-o-software-substituira-o-jornalista-mas-nao-sempre/
http://www1.folha.uol.com.br/colunas/evgenymorozov/1062594-os-robos-vao-substituir-os-jornalistas.shtml
http://portalimprensa.uol.com.br/noticias/internacional/50280/os+jornais+nao+vao+morrer+diz+gay+talese

segunda-feira, 4 de junho de 2012

Aplicativos já substituem o papel das bancas de revista e das livrarias



Hoje já existem aplicativos que substituem o papel do jornaleiro. Um deles se chama "O Jornaleiro", criado pela Gol Mobile. Está em sua versão 1.3 e serve de banca de revista digital para Ipad e Iphone.

"Se você ama revistas e jornais, então O Jornaleiro é o seu aplicativo favorito . Simples, eficiente e com downloads rápidos. Sem navegação confusa, intuitivo. Aqui você encontra as mais importantes publicações do Brasil. Diariamente, novas revistas e jornais. Aproveite as dezenas de exemplares gratuitos para degustação. Revistas baixadas, podem ser lidas sem conexão com a internet. O velho e bom jeito de ler, agora mais barato e prático. A sua banca de revistas e jornais na sua mão, quando você quiser" (Descrição do produto. Site daGol Mobile)

A empresa age no mercado em parceria com as grandes editoras de livros, revistas e jornais. Além de disponibilizar a biblioteca de periódicos, a Gol Mobile produziu um aplicativo para livros, chamado de "A Livraria".

"Livraria para iPad. Se você ama livros, então A Livraria é o seu aplicativo favorito. Lançamentos, best sellers, clássicos e muito mais" (Descrição do produto.Site da Gol Mobil)
 
Funciona como "O Jornaleiro", além de organizar as publicações digitais como uma biblioteca, serve como local para efetuar a compra de novos produtos. 

Se o artigo anterior, O impacto sociológico do possível fimdos impressos, teria teses mirabolantes, tais argumentos contidos no texto, aos poucos, começam ser legitimados.

quinta-feira, 31 de maio de 2012

O impacto sociológico do possível fim dos impressos



Por Victor Pinto

Se o papel impresso for substituído integralmente pelo digital, seu fim acarretará uma crise sociológica na comunidade do globo terrestre. De fato, pode parecer uma afirmativa apocalíptica, mas que, se analisada de forma sensata, vê-se como uma teoria previsível. Ainda que o impresso seja extinto e seu formato só sobreviva na internet, o fluxo de desemprego, com certeza, aumentará.

O conceito é simples. Desde quando os egípcios inventaram o papiro e no tempo do apogeu da prensa de Gutenberg, o impresso representou avanços no modo de vida da população. Com a união da escrita e da impressão de letras, números, fórmulas em um pedaço de folha, as pessoas puderam avançar em seu desenvolvimento tecnológico, tal como a roda foi para os seres pré-históricos.

Com o papel impresso, a sociedade pode escrever e guardar informações importantes de sua cultura, da sua história e do seu desenvolvimento, o que antes era feito oralmente.  O poder de registro foi impulsionado. Aos poucos, surgem livros, jornais, revistas, fanzines, cartazes, panfletos e todo um aparato material, que antes, há muito tempo, eram reduzidas a rolos ou escritas em pedras e paredes.

Chaves jornaleiro:


Já no mundo moderno, o impresso revelou profissionais grandiosos, além de ampliar capacitação no meio. No seu advento jornalístico, os jornais circulavam a todo vapor sob a geração de desenvolvimento informativo e econômico nas cidades. Gráficas surgiam e empregavam novos funcionários para seu setor industrial, as bancas de revistas aparecem como um ponto de apoio para a venda do material, mesmo com a permanência dos vendedores autônomos.

A valorização empregatícia do repórter também foi um marco. Capas e matérias emocionaram e tornaram inesquecíveis graças ao bom desempenho do profissional de jornalismo. As empresas de comunicação tinham motoristas, entregadores, vendedores de porta em porta...  As redações eram compostas por inúmeros funcionários.

Com a ausência do impresso, perderemos as bancas de revistas e livrarias físicas que sobrevivem, em sua maioria, das vendas dos produtos feitos em papel. Esses lugares que exercem um meio de relação sociológica da sociedade.

Livraria, ponto de encontro

Quantas pessoas não devem ter se conhecido nesse locais, ao efetuar a compra de uma revista, trocando ideia de uma capa de um jornal ou até mesmo comentando sobre um livro? Famílias podem ter surgido? Vínculos de amizade? Ou o simples fato de uma pessoa solitária conhecer alguém ali, mesmo que não mais a reencontre mais, só por ter conversado, já mudou algo no seu dia? São questões que soam mirabolantes, mas de possíveis impactos.

Com a sofisticação do digital, não precisaríamos mais sair de casa e ir nestes lugares físicos, pois tudo será virtual. Haverá distanciamento do real.  Basta ir ao site, pagar e fazer o download. Tudo a distância. As pessoas não caminhariam mais com o jornal debaixo do braço ou aproveitariam a viagem de ônibus para ler a tão aguardada revista do mês; pois tudo ficará nos circuitos do desktop, notebook, celular e de um tablet.

No livro Cibercultura, Pierre Lévy diz que “o virtual não ‘substitui’ o ‘real’, ele multiplica as oportunidades para atualizá-lo”. Se o impresso acabar, não terá esta multiplicação, mas, de fato, sua substituição. Esse conceito de Lévy pode se encaixar em outros aspectos. O fim pode ser o início de um novo começo. O jogo de visão e tato do impresso, o fetichismo pelo papel ainda prevalecerá por muito tempo.  Mas as suposições pairam em nossas cabeças...


Referência:
LÉVY, Pierre. Cibercultura.  São Paulo: Ed. 34, 1999. (Coleção TRANS).  P.88.

quarta-feira, 2 de maio de 2012

Como potencializar um tablet como uma máquina de escrever? - O relato de um jornalista


Não estamos falando em transformar o mais novo queridinho eletrônico no ícone do passado, mas quais são as formas de facilitar o uso dessa ferramenta para além da leitura e interação touch? Vamos além: como inserir o tablet no dia-a-dia produtivo de um profissional da informação?  À primeira vista, o equipamento leve e dinâmico, revela-se limitado quando se trata da escrita. A limitação da tela gera desconforto, já que estamos acostumados ao espaço e a própria estrutura ergonômica do teclado. Vamos conhecer o caso de alguém que conseguiu, com a ajuda de outros equipamentos, utilizar o tablet como principal ferramenta de trabalho.

Em relato no blog em que escreve, Harry McCracken, repórter da Time e blogueiro do Technologizer, conta como o iPad 2 se tornou seu “computador favorito”. Segundo ele, a transição não foi intencional, quando ele se deu conta, já utilizava o aparelho da Apple como seu item primário de computação.Tudo começou quando o blogueiro estava em uma cobertura de um evento de tecnologia na Alemanha.

Com o Macbook Air e o iPad na mala, McCracken preferiu a segunda opção, por conta da bateria, que suporta até 10h sem recarga.  A partir daí, ele começou a adotar o tablet ao invés do notebook. No relato, ele destaca outro ponto que considera favorável ao Ipad. O aparelho diminui as distrações, ao passo que somente a tarefa em andamento fica visível.

iPad 2 e ZaggFolio. Foto:   Arquivo Pessoal/Harry McCracken   

“With the iPad, all that goes away. You can devote nearly every second of your time to the task at hand, rather than babysitting a balky computer. I don’t feel like I’m ‘using an iPad to write’. I’m just writing. It’s a far more tranquil, focused experience than using a PC or Mac” (Com o iPad, tudo isso [distração] vai embora. Você pode dedicar quase cada segundo do seu tempo para a tarefa em mãos, ao invés de 'tomar conta' de um computador teimoso. Eu não sinto que estou ‘usando um iPad para escrever’. Eu só estou escrevendo. É uma experiência muito mais tranquila, focada do que usar um PC ou Mac) 

Apesar de tudo, ele não se diz completamente adaptado ao tablet. Ele destaca alguns dos desafios à sua produtividade: o que ele fazia com o Photoshop no Mac, por exemplo, exige passos realizados em vários aplicativos diferentes. A precisão do ponteiro do mouse ou a variedade de fontes também não são a mesma coisa para ele quando o assunto é edição de imagem. Já como solução do problema do desconforto para escrever, o jornalista usa um estojo da marca Zagg para iPad com teclado Logitech integrado.

Even with the added bulk of a Zagg keyboard, the iPad is the smoothest, least cumbersome mobile computing device I’ve ever used, and I rarely leave the house without it. (Mesmo com o volume adicional de um teclado Zagg, o Ipad é o mais suave e menos complexo dispositivo de computação móvel que já usei, e eu raramente saio de casa sem ele)

domingo, 8 de abril de 2012

Jornalismo-cidadão chega ao mobile

Grandes grupos midiáticos começam a ficar atentos a possibilidade de jornalismo participativo através de dispositivos móveis. Os ingleses  Chorley Guardian e Leyland Guardian, a TV americana CNN, a paulista EPTV e o baiano A Tarde são exemplos de algumas empresas que oferecem o canal com o usuário. No caso inglês, os jornais do grupo Johnston Publishing, lançaram um aplicativo para iPhone para receber conteúdo, seja texto ou imagem, diretamente para a redação.

A EPTV, filiada da Rede Globo que cobre parte do interior do estado de São Paulo e do sul de Minas Gerais,lançou o aplicativo para iPhone ou do iPad EPNotícia. Na seção VC é a Notícia, o usuário pode utilizar a própria câmera do iPhone ou do iPad 2 para fazer registros e enviá-los para a equipe de jornalismo.

"O serviço VC é a Notícia já existe no website da EPTV, mas quando ele é integrado a um smartphone ou tablet, por meio de um aplicativo, o público ganha um instrumento de uso fácil e manuseio ágil para colaborar com informações relevantes, de interesse público, participando diretamente do processo informativo. Isso aproxima ainda mais o cidadão do veículo de comunicação, e os resultados podem ser positivos na sociedade", explica Christian Marra, diretor da Nethics, empresa responsável pelo desenvolvimento do aplicativo, ao site Jornalistas da Web.

Batizada de iReport, o canal interativo do aplicativo da CNN para iPhone permite que os usuários façam upload de fotos, vídeos e notícias para a rede de TV. O acesso ao conteúdo do CNN.com e a contribuição, no entanto, tem um custo: US$ 1,99, na App Store.



Na Bahia, o Mobi A Tarde, canal para dispositivos móveis do grupo A Tarde, disponível apenas para assinantes, oferece a seção Cidadão Repórter, já presente no A Tarde Online. Nada de fotos e vídeos, a seção só permite envio de texto para colaboração de pautas.