Páginas

domingo, 25 de março de 2012

O que é ISSUU?



Nesta revolução do papel digitalizado, já exposto nos textos anteriores, à demanda na rede de programas e sistemas que servem de plataforma para a disponibilização do material é diverso. Dentro deste universo, além da existência de aplicativos pagos, mais rebuscados, utilizado principalmente pelos grandes jornais impressos para seu sistema de assinaturas on-line, existem plataformas gratuitas que servem de depósito virtual.

Uma destas empresas na internet que servem de biblioteca de acervo do papel digital de revistas, jornais, folders, cartazes, cartilhas é o ISSUU. O site é em inglês, mas é de fácil manuseio e existem publicações de todas as partes do mundo. A plataforma é apoiada pela Sunstone Capital e seus escritórios ficam em Nova York e Copenhague. Os arquivos, na plataforma, têm suas privações: além de só comportar formatos DOC, PDF, ODT e apresentações de PowerPoint, podem ter um limite de até 500 páginas e um tamanho de 100MB. Entretanto, um usuário, que precisa se cadastrar para postar documentos, podem enviar a quantidade de arquivos que quiser.

"O Issuu, serviço de publicação de livros e revistas na internet, tem como principal vantagem a sua interface, que se aproxima do estilo de folhear uma revista. As páginas são abertas em par, mantendo também, em muitos casos, os objetivos de design do criador do conteúdo. Além disso, ao passar o mouse na parte inferior das páginas, é possível visualizar pequenas amostras das folhas anteriores e das próximas, o que agiliza a localização visual do conteúdo. Outro ponto forte está na organização dos livros e revistas adquiridos pelo usuário, que são mostrados em estantes, com um visual bastante estiloso". (COSTA, Eric. INFO Exame)

# Como publicar no ISSUU?



Segundo o texto institucional do site, a sua missão é:

"Capacitar os indivíduos, empresas e instituições para publicar os seus documentos em todas as plataformas digitais. Issuu é a plataforma de publicação de crescimento mais rápido digital do mundo, mas também um local de destino muito popular onde as pessoas estão se envolvendo com as melhores publicações da web e onde os editores constroem a sua visibilidade. Muitos profissionais optam por Issuu Pro com potência de publicação adicional". (About ISSUU)

O sistema ISSUU oferece o upload de arquivos e acesso gratuitos, mas existem recursos pagos que oferecem mais aplicativos e serviços que o sistema de graça. As plataformas do papel digital são, basicamente, os programas “impalpáveis” (software) que com qualquer tentativa de agarrá-los com as mãos fracassa (FLUSSER, Vilém: 2007). O ISSUU é um software que contribui com os conceitos de Flusser a respeito da virtualização dos objetos e o desenvolvimento das não-coisas. A substituição do livro, o impresso fetiche para as páginas digitais em rede que neste caso temo enfoque nos periódicos (jornais, revistas e catálogos). Além da disponibilização via browser dos computadores e notebooks, há também para smartphones e IPhone.

Issuu Mobile for iPhone and iPod Touch from Issuu.com on Vimeo.


No campo jornalístico, o ISSUU serve, inclusive, para a propagação de trabalhos com formatos de impressos, mas que não vão às gráficas. Podem facilitar a construção de um jornal ou uma revista que circulam somente no meio on-line.

Como exemplo, a faculdade de Comunicação da Universidade Federal da Bahia é uma instituição de ensino jornalístico que utiliza constantemente os serviços de visualização do ISSUU. Utilizamos os trabalhos da FACOM como exemplo de demonstração das publicações.

FACOM NEWS – 2010.2

JORNAL DA FACOM – 2011.2

REVISTA LUPA – Edição 7

Referências:
ABOUT ISSUU. Disponível em: < http://issuu.com/about > Acesso em: 25 de mar. de 2012
COSTA, Eric. Avaliação INFO. Disponível em:
< http://www.info.abril.com.br/downloads/webware/issuu > Acesso em: 25 de mar. de 2012
FLUSSER, Vilém. O mundo codificado: por uma filosofia da comunicação. São Paul: Cosac Naif, 2007.
Vídeos: You Tube

quarta-feira, 21 de março de 2012

Banca virtual da Abril libera downloads gratuitos

Divulgação
A Editora Abril lançou recentemente o iba, – assim mesmo, em minúscula- uma espécie de banca virtual exclusiva.  “Compre, baixe e leia”, resume o slogan da marca. Para entrar no mercado, a editora abriu mão logo do primeiro verbo e deu o pontapé inicial com uma das coisas que os usuários da rede digital mais gostam: gratuidade. O leitor que quiser experimentar o novo sistema pode baixar até cinco revistas, 10 livros e um jornal dentre as opções que estarão disponíveis no momento de inscrição sem pagar nada. Tudo durante o período de pouco mais de um mês, até 16 de abril. 

Além de estar cadastrado no site, o usuário deve baixar o aplicativo do iba no seu computador, tablet Android ou Ipad. Dentre as opções de escolha de revistas e jornais, a editora não fez uma seleção mesquinha e colocou à disposição produtos de grande circulação como a Veja e O Estado de S. Paulo. As opções de livros, no entanto, são escassas. O leitor pode escolher entre 10 publicações para baixar, todos clássicos da literatura sem valor competitivo no mercado, facilmente encontrados em edições de bolso por baixo preço. Aposta pequena para quem pretende vender cerca de 6 mil títulos de livros, com170 parceiras entre outras editoras. 

Reprodução


No site Reclame Aqui, um usuário reclama da disponibilidade do serviço promocional. “Fiz todos os passos indicados pelo site e não consegui baixar nada. Quando tentei entrar novamente eles informam que já participo da promoção. Mandei email descrevendo o ocorrido e eles responderam que seguisse o que o site indicava. Ora, isso eu já tinha feito. Simplesmente eles não disponibilizam o que prometem”, critica. Em resposta à manifestação, o Serviço de Atendimento ao Cliente da editora respondeu  que já entrou em contato telefônico com a autora da reclamação. 

Ainda assim, o iba, que funcionava há um ano apenas em caráter experimental, já é a maior loja do ramo no Brasil. No site da banca virtual, o usuário encontra vídeos didáticos de como usar o aplicativo.  Segundo a editora, o sistema seria uma alternativa para burlar a taxa cobrada pela Apple no mercado. O nome iba, aliás, faz uma referência sutil ao logo da Abril, a árvore, traduzido em tupi-guarani.

*O Papel Digital fez um cadastro de teste e, após ter baixado o aplicativo, não foi possível concluir o processo de instalação no meu computador. Se tiver interesse de fazer download, comente se conseguiu ou não.  

domingo, 18 de março de 2012

Do papel para o digital


Com o advento da internet, o jeito de fazer jornalismo escrito se modificou, assim como o modo de distribuição das notícias. Comprar jornal ou revista na banca não é mais uma rotina comum, principalmente entre os conectados na internet. Os periódicos agora disponibilizam através de suportes em seus portais as páginas digitalizadas das edições impressas.

O processo de sair de casa, ir para uma banca, comprar um jornal ou uma revista, folhear suas páginas, sentir o cheiro ou sujar as mãos de tinta foi substituído pelos cliques no mouse. A imprensa não lucra só com as vendas das publicações no papel, mas também com seus acervos na web ou no papel digital e o acesso às informações. Antes o contato era limitado às tiragens impressas pelas rotatórias e todos os percalços para chegar às mãos dos leitores com o transporte dos periódicos, mas agora se amplia pelas visualizações expandidas numa rede mundial de computadores e tablets.

A tendência do papel digital chegou a todo mundo com o advento da internet e do amadurecimento da utilização dos portais jornalísticos, principalmente os vinculados a jornais e revistas. As gráficas, em alguns casos, deram lugar as empresas e profissionais especializados na criação de softwares que servem de plataforma para que o papel diagramado fosse disponibilizado como acervo virtual. Esta tecnologia é chamada de PageFlip desenvolvida na linguagem de Flash ou HTML5.


O FlippingBook e Turnpage, por exemplo, são empresas que vendem o software. Também existem repositórios gratuitos e públicos na internet para a veiculação dos periódicos, mas só servem para aqueles que não visam retirar lucro com o acesso privado ao conteúdo do material diagramado. Abordaremos estas plataformas gratuitas e pagas e os jornais que trocam os papeis impressos pelos digitais nas próximas postagens.

sexta-feira, 16 de março de 2012

A Britânica também se rende

 A Enciclopédia Britannica anunciou nessa terça-feira, 13, que não mais publicará sua versão impressa. Todas as edições a partir de agora estarão disponíveis apenas em meio digital. Seu primeiro exemplar foi publicado em 1768, na Escócia.
 Ao jornal New York Times, o atual presidente da companhia afirmou que a decisão foi difícil, mas necessária diante dos novos tempos.
"É como um rito de iniciação nesta nova era. Muitos se sentirão tristes e nostálgicos por isso, mas agora temos uma ferramenta melhor. O site está constantemente atualizado, é muito mais extenso e tem conteúdos multimídia"
 Por muito tempo, as enciclopédias foram uma representação de todo o conhecimento existente no mundo. Nos anos 50 do último século, ter uma edição completa da Britannica era sinal se status. Muitas famílias de classe média faziam um esforço para que a compra coubesse no orçamento e orgulhosamente organizavam os diversos volumes na estante da sala.
 Sem o Google, não havia outra maneira de fazer pesquisas ou trabalhos escolares. Era preciso abrir os pesados livros e procurar por informação nos verbetes. Embora soe um pouco estranho para as gerações atuais, as enciclopédias em geral - e precisamente a Britannica - eram um símbolo de conhecimento e intelectualidade. Em sua coluna na Folha, o jornalista Clóvis Rossi relata um pouco dessa história.
 "Eu não li toda a Britânica, mas sou de um tempo em que ela realmente era um símbolo poderoso de conhecimento ou, mais precisamente, de busca de conhecimento. Na minha adolescência, era meio que obrigatório para as famílias de classe média-média, como a minha, comprarem todos os volumes (hoje, são 32), vendidos de porta em porta."
 Hoje, a Britannica é praticamente um artigo de luxo. Uma edição completa custa cerca US$1.400. Uma assinatura anual online, entretanto, custa meros US$70.
 Em coluna na Folha,  o criador do site Porto Digita e cientista do C.E.S.A.R, disse que a decisão é um marco para a indústria analógica de texto e necessária para a Britannica.
"Seu principal e muito mais usado concorrente, a Wikipedia, nunca teve uma versão em papel e é atualizada na velocidade das ocorrências e descobertas. O tempo, na rede, é diferente -e muito mais rápido- do que no papel."

 O novo contexto da Britannica repercutiu entre os jornalistas e na tão velha discussão sobre o fim do jornalismo impresso. Se até a mais famosa enciclopédia do mundo, com 244 anos de história, se rende à versão digital, o que será dos jornais e revistas?
 Na abertura do curso de jornalismo do El País, na Espanha, a jornalista Soledad Galego-Díaz afirma que a discussão tem que ser muito mais abrangente que o simples fim do papel.
"O problema não é se segue existindo jornal em papel ou em tablets. O problema é o que é o jornalismo nessa nova época, como é afetado por essas novas ferramentas e se estas podem deteriorar ou romper as regras básicas da nossa profissão. Para mim tanto faz o papel ou o tablet. O que faz diferença é se continuará existindo jornalismo."


Links sugeridos:

segunda-feira, 12 de março de 2012

Papel Digital 1.0


As imagens de uma criança que “confunde” um Ipad com uma revista poderiam ter saído da mente de um publicitário inventivo e, possivelmente, ilustrariam uma propaganda de sucesso para os fãs das inovações tecnológicas. Gravado pelos pais de um bebê de um ano, o vídeo –até que se prove o contrário, real e sem manipulações- correu o mundo como um viral e surpreendeu até mesmo os mais novos e conectados com as mudanças constantes do universo digital.

Antes de pensar em revolução tecnológica e extinção do papel, é preciso ao menos admitir o surgimento de uma nova forma de leitura. Em O mundo codificado: por uma filosofia do design e da comunicação, o filósofo theco Vilém Flusser aponta o surgimento dos aparelhos eletrônicos e a inauguração de uma fase na qual o homem cria “não-coisas”, ou seja, informações imateriais, como imagens da  televisão e dados armazenados em computadores. 

“Esse é um belo caldeirão de bruxas: cozinhamos mundos com as formas que quisermos e o fazemos ao menos tão bem como o fez o Criador no decorrer dos famosos seis dias” (FLUSSER, 2007, p.79). Novo mundo em que pode ser comum uma criança de um ano com hábitos já virtualizados. Sem ao menos saber o que é uma revista ou um Ipad, as suas funções motoras e cognitivas reagem espontaneamente. 

Com o objetivo de lançar um olhar curioso sobre a “desmaterialização” do suporte mais usual da comunicação, o blog Papel Digital irá abordar as novidades e desafios das publicações jornalísticas impressas que também adotaram o suporte virtual. As versões digitalizadas dos jornais e revistas da Bahia, do Brasil e do mundo serão o foco das postagens do site, sempre publicadas às segundas, quartas e sextas-feiras. Além das recentes notícias sobre e-readers, tablets e iPads, também serão aprofundadas as novas relações que as técnicas propõem com os sujeitos que manuseiam. 

O site é um produto da disciplina Comunicação e Tecnologia, ministrada pelo PhD em sociologia e professor da Universidade Federal da Bahia, André Lemos, e escrito a três mãos pelos alunos Flávia Faria, Victor Pinto e Juliana Almirante