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segunda-feira, 12 de março de 2012

Papel Digital 1.0


As imagens de uma criança que “confunde” um Ipad com uma revista poderiam ter saído da mente de um publicitário inventivo e, possivelmente, ilustrariam uma propaganda de sucesso para os fãs das inovações tecnológicas. Gravado pelos pais de um bebê de um ano, o vídeo –até que se prove o contrário, real e sem manipulações- correu o mundo como um viral e surpreendeu até mesmo os mais novos e conectados com as mudanças constantes do universo digital.

Antes de pensar em revolução tecnológica e extinção do papel, é preciso ao menos admitir o surgimento de uma nova forma de leitura. Em O mundo codificado: por uma filosofia do design e da comunicação, o filósofo theco Vilém Flusser aponta o surgimento dos aparelhos eletrônicos e a inauguração de uma fase na qual o homem cria “não-coisas”, ou seja, informações imateriais, como imagens da  televisão e dados armazenados em computadores. 

“Esse é um belo caldeirão de bruxas: cozinhamos mundos com as formas que quisermos e o fazemos ao menos tão bem como o fez o Criador no decorrer dos famosos seis dias” (FLUSSER, 2007, p.79). Novo mundo em que pode ser comum uma criança de um ano com hábitos já virtualizados. Sem ao menos saber o que é uma revista ou um Ipad, as suas funções motoras e cognitivas reagem espontaneamente. 

Com o objetivo de lançar um olhar curioso sobre a “desmaterialização” do suporte mais usual da comunicação, o blog Papel Digital irá abordar as novidades e desafios das publicações jornalísticas impressas que também adotaram o suporte virtual. As versões digitalizadas dos jornais e revistas da Bahia, do Brasil e do mundo serão o foco das postagens do site, sempre publicadas às segundas, quartas e sextas-feiras. Além das recentes notícias sobre e-readers, tablets e iPads, também serão aprofundadas as novas relações que as técnicas propõem com os sujeitos que manuseiam. 

O site é um produto da disciplina Comunicação e Tecnologia, ministrada pelo PhD em sociologia e professor da Universidade Federal da Bahia, André Lemos, e escrito a três mãos pelos alunos Flávia Faria, Victor Pinto e Juliana Almirante

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